3 de mai. de 2008

Justiça proibe a marcha da maconha !



A briga pela realização da Marcha da Maconha ganhou mais um round. No fim da tarde deste sábado (3), o desembargador de plantão do Tribunal de Justiça Ricardo Cardozo de Mello aceitou recurso do Ministério Público, que pede a proibição do evento, marcado para domingo (4), no Parque do Ibirapuera, Zona Sul de São Paulo. Com isso, a caminhada que pede a legalização da droga está proibida.

No fim da tarde de quarta-feira (30), a juíza Maria Fernanda Belli, do Departamento de Inquéritos Policiais (Dipo) do Tribunal de Justiça, havia indeferido a liminar do MP, que entrou com recurso. A Marcha da Maconha estava prevista para ocorrer em, pelo menos, dez capitais brasileiras. Entretanto, por causa das ações na Justiça, em muitas cidades, ela foi proibida. Apesar de surpreso ao ser informado pela reportagem do G1 de que o evento está cancelado, Marco Sayão Magri, um dos organizadores da caminhada, disse que esperava por isso.

"Eles sempre deixam para a última hora para a gente não conseguir fazer a marcha. Se a Justiça cancelar mesmo, vamos ter um grande problema porque muita gente vai aparecer já que não tivemos tempo de avisar", contou. Segundo Magri, a única chance seria tentar ainda no início da noite deste sábado (3) entrar com um recurso no TJ. "Se for proibido mesmo, vamos aparecer lá para tentar dispersar as pessoas", informou o jovem, completando que a decisão faz que com que a organização da marcha "perca legitimidade".

Apologia

Em entrevista ao jornalista Milton Jung, da Rádio CBN, na quarta-feira, o promotor Marcelo Barone afirmou entender a manifestação como incentivo ao uso da droga. “Se eu incentivar alguém ao uso da droga, eu estou praticando uma conduta que é tão criminosa quanto o tráfico de drogas. Incentivar o uso de maconha caracteriza crime previsto na Lei de Entorpecentes.” Marcelo Luiz Barone, que também se disse contrário à legalização da maconha, disse que essa discussão deve ser travada no Congresso Nacional, e não em via pública. Para ele, o uso de maconha gera criminalidade. Já o sociólogo Renato Cinco, de 33 anos, coordenador do Movimento Nacional pela Legalização das Drogas e um dos organizadores da marcha, nega que o propósito da marcha seja fazer apologia à maconha. “O objetivo é debater a necessidade de uma nova legislação sobre a maconha e novas políticas públicas, além de discutir o uso industrial e medicinal da planta. A proibição traz mais prejuízos, porque produz a violência e corrupção das autoridades”, defendeu o sociólogo. Ele diz, citando pesquisadores, que a planta poderia ser um eficiente biodiesel ou ainda substituir a borracha em sapatos, por exemplo. O coletivo Marcha da Maconha foi criado em 1999 em Nova York e planeja para este final de semana passeatas simultâneas em diversos países. No Brasil, o ato acontece desde 2002 nas praias do Rio de Janeiro. No ano passado, os organizadores estimaram a participação de 700 pessoas e a Polícia Militar, de 250. De acordo com Renato Cinco, a passeata foi impedida de seguir pelas ruas de São Paulo nos anos de 2004 e 2005, porque, segundo ele, a Polícia Militar o evento não havia sido comunicado às autoridades previamente.

Fonte:G1

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